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Saudades da minha mãe Ondina. |
Confrades não queria falar isso para vocês, mas ultimamente tenho sentido uma tristeza muito grande, que não podem imaginar, a minha vida está toda enrolada, devido aos imprevistos da vida. A minha mãe estava bem, mas de repente, ela começou a parar de comer e dormir muito, a barriga dela começou a crescer, então preocupado levei ao médico. Chegando lá o medico diagnosticou como câncer terminal no ovário, teve que ficar internada sob tratamento médico.
Foram 3 longos meses, estava indo e dormindo no hospital todos os dias, ninguém me ajudou (somente os meus 2 sobrinhos, que as vezes dormia lá) ninguém da família, nem os meus próprios irmãos não me ajudaram, caindo toda a responsabilidade em cima de mim, tive que sair do emprego para tomar conta dela. Foi um estresse muito grande, os médicos eram super mal educados, apesar de que o corpo de enfermeiras eram bem educadas.
Os meus irmãos ficavam urubuzando a minha mãe, nenhum momento eles foram visita-la (somente o meu irmão mais velho, que foi 2 vezes, onde ficava apenas 3 minutos, só para ver se estava viva), pois estavam esperando a minha mãe morrer para pegar a parte deles do apartamento.
A minha mãe devia fazer um procedimento cirúrgico, pedia ajuda aos meus irmãos e tio, ninguém ajudou, então tive que me virar para realizar o procedimento cirúrgico. Consegui, ela teve que colocar um cateter duplo J, mas depois da cirurgia, foi para o CTI. Então teve que fazer outro procedimento cirúrgico, deve que ser transferida para o Hospital Evangélico, no bairro da Tijuca (Rio de Janeiro). A remoção foi de madrugada, fiquei esperando por horas pela ambulância, até o momento que chegou.
Chegando ao Hospital Evangélico, a minha mãe foi para o CTI de lá, mas quando entrei no CTI, fiquei aterrorizado, parecia mais necrotério dos vivos, os pacientes pareciam zumbis, cheguei até ficar com medo. Deixei a minha mãe lá de madrugada, quando cheguei ao ponto de ônibus comecei a chorar, pensando “onde a minha mãe foi parar!”.
Até o dia da cirurgia estava bem, mas depois que operou a situação piorou muito, não reagiu bem à operação, devido à idade de 83 anos, que ficou 15 dias no CTI e venho falecer no dia 31 de janeiro de 2016. A pior parte foi que ninguém ajudou na cremação dela, pedi ajuda para o meu tio (irmão dela), ele abriu um escândalo, dizendo que não iria ajudar, pois quem tinha a obrigação eram os filhos. Pedi ajuda para os meus irmãos (que são filhos dela também), todo mundo disse que estava sem dinheiro.
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Pedra do Arpoador, onde joguei as cinzas da minha mãe no mar, a pedido dela. |
Tive que arrumar dinheiro emprestado, a pior parte foi para cremar o corpo da minha mãe (foi pedido dela), quando cheguei ao juiz, disse para mim, que para cremar tinha que ter a permissão da família toda. Liguei para os meus irmãos, eles não estavam interessados, então tive que ameaça-los para assinarem o papel de autorização da cremação. Então eles foram ao juizado e assinaram o papel. Então cremei a minha mãe e joguei as cinzas dela no mar.
A pior parte foi que nem deu 24 horas, que a minha mãe tinha falecido, os meus irmãos ligaram para mim, pedindo os documentos dela, para providenciar a venda do apartamento para pegar a parte deles. Claro que xinguei de tudo, mal a minha mãe esfriou, já falam em vender o apartamento.
Sábado dia 2 de julho foi o aniversário dela, então eu e meu sobrinho fomos à praia do Arpoador, (onde joguei as cinzas dela) para fazer uma homenagem a ela, jogando flores para ela. Sinto muito saudades dela, foi uma grande mãe, uma grande perda.
O que não esta deixando cair na depressão é o ensinamento que tenho, senão estaria no fundo do poço. Perdi o emprego, a minha mãe, irei perder o apartamento, o plano de saúde, tudo de uma vez só, ninguém da minha família me ofereceu ajuda, todo mundo sumiu. Até que estou firme e forte, pois tenho certeza que irei sair dessa situação.
Obrigado a todos!
Márcio de Andrade